A conservação perde Adelmar Coimbra Filho
- terça-feira, 28 junho 2016 15:28
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O Brasil perdeu seu grande primatólogo e conservacionista Adelmar Coimbra Filho. Dentre os inúmeros feitos inéditos de Adelmar, repercutirá para sempre o redescobrimento de uma espécie de mico-leão, o de cara preta Leontopithecus chrysopygus, que, em 1975, já era considerada extinta havia 50 anos. Por causa desta redescoberta, a inundação da hidroelétrica de Rosana em São Paulo, onde vive este mico-leão, foi a mais cuidadosa até hoje feita no pais. Adelmar também começou a criação e reintrodução das três espécies de micos-leões então descritas no país (hoje há uma quarta), em conjunto com nossa querida Lou Ann Dietz e, mais tarde, com Claudio Padua.
Ninguém conhecia tanto de nossa fauna silvestre como ele. Pela modéstia, evitava a mídia, detestava viajar e não aceitava convites para jantares ou coquetéis. Foi também um exemplo de vida honesta, junto com sua maravilhosa Jaqueline e filhos.
Tive a chance de conhecê-lo bem. Escrevemos um livro juntos em 1979. Meu Deus, vocês não sabem o como era minucioso e sério. Foi um trabalho exaustivo. Ele publicou centenas de trabalhos científicos, alguns em coautoria com Ibsen de Gusmão Câmara.
Homens como Adelmar mantêm vivas as esperanças no futuro da conservação da Natureza no Brasil. Um saudoso até breve meu querido amigo, grande cientista e, além de tudo, pintor também.
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